Como trazer para a dança questões políticas e estéticas, através de um estudo da construção e consolidação da Teoria Queer, onde as identidades não-normativas têm sido discutidas sob um novo prisma? O nome desta teoria vem de um termo que passou a abranger gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, sadomasoquistas e uma grande lista de definições de alguma forma marginalizadas pela sua sexualidade. Pesquisadores de diversas áreas, no mundo anglo-saxão e mais recentemente no Brasil, vêm questionando as perspectivas tradicionais que têm norteado as investigações sobre sexualidade nas ciências humanas. E é neste contexto que pretendemos fazer surgir o diálogo entre o corpo que dança e o corpo que denuncia/dissimula/rotula sexualidades.

A companhia vem investigando como trazer pra essa discussão específica da dança o estudo “dos conhecimentos e práticas sociais que organizam a ‘sociedade’ como um todo, sexualizando – heterossexualizando ou homossexualizando – corpos, desejos, atos, identidades, relações sociais, conhecimentos, cultura e instituições sociais.” (Seidman: 1996)

Nossa questão é: como trazer a Teoria Queer para contribuir na investigação já em andamento na companhia? Será que podemos, inclusive, contribuir com a discussão desse estudo, levantando questões específicas da dança, mas que atinja o modo como são criadas as diferenças e de como elas atuam no presente?