Blog . Sábado, 31 de març0 de 2012 . Breno César
Estamos ao final do terceiro mês de nossa pesquisa Corpo e Vídeo. Cronologicamente, estamos concluindo um quarto de tempo. Paro agora para refletir um pouco sobre esse nosso momento. Primeiramente, fomos buscar as heranças históricas da videodança, iniciar um provável percurso das influências da relação entre imagem e movimento, imagem em movimento, os primórdios do cinema e sua relação com a dança no filmes de Thomas Edson, as trucagens de Meliés e período de experimentações do início do século XX. Paralelamente, iniciamos os estudos práticos da linguagem de vídeo e compartilhamos leituras de alguns artigos extraídos das edições do Dança em Foco.
Neste contexto e exposição a tanta informação preliminar, a ansiedade de definir nosso objeto de estudo (a videodança) estava longe de se esgotar. Mesmo sabendo que o nosso caminho futuro de estudo envolve um leque de questões de linguagem, história, narrativas e hibridismos, e que tais discussões podem nos instrumentar para construirmos uma ideia mais elaborada desse objeto, a pergunta “mas afinal o que é videodança?” ainda pairava no grupo até dado momento. Passadas as angústias e ansiedades de se chegar num acordo genérico de conceitos, vimos que o tema requer mais cuidado e fluidez, por se tratar de algo também fluido, híbrido em sua gênese. A tentação de cair no abismo do indiscutível é grande, levando a pensar a videodança como algo em constante construção, de natureza indefinida. Realmente a matemática “vídeo + dança = videodança” é bem mais complexa, porém passível de ser reconhecida. E se podemos reconhecê-la no meio de tantas outras obras que envolvem dança, tecnologia, vídeo, corpo, movimento, somos capazes também de analisá-las. Aprofundando os estudos nestes encontros ao longo do tempo, suponho que haverá sim um lugar mais claro da videodança, onde poderemos identificar melhor seus princípios e signagens.