Chegamos no final do terceiro mês da pesquisa Audiodança, e fizemos um breve esboço do que cada um tem pensado até agora do que seria necessariamente a definição desse termo. Em abril começaremos a ter colaborações de convidados para a nossa pesquisa, e isso, com certeza, fará com que nossas definições se transformem, até porque não é nosso objetivo chegar a um “conceito” do que seja “audiodança”, mas continuar o que já estamos fazendo desde 2012 com criações que dialogam com questões da dança, utilizando a plataforma do áudio.

Vejam aqui nossas definições temporárias do que seria AUDIODANÇA para cada um:

Por Elis Costa:

Audiodança: Substantivo Feminino

Produto do encontro entre a Dança e a Música, quando o som assume a representatividade da corporeidade fundamental à Dança, insinuando e/ou indiciando – objetiva ou subjetivamente – aspectos da presença do movimento poético. A audiodança existe concretamente a partir do suporte sonoro, e prevê uma intencionalidade na sua realização e/ou exibição. Passou a existir com essa nomenclatura em outubro de 2012, com um primeiro experimento realizado em Recife pela Cia. Etc., companhia de dança residente em Pernambuco que investiga e produz dança também a partir de outros suportes, como o vídeo. Seu aparecimento adveio da pesquisa continuada e interesse da companhia em assuntos da música, tais como “paisagem sonora”.

Anotações de Elis Costa

Anotações de Elis Costa

Por José W Júnior:

É uma linguagem que vem sendo desenvolvida pelos integrantes da Cia. Etc. que utiliza conceitos da dança e sua corporeidade e os conceitos que estão relacionados ao que se constitui no espaço enquanto som, para constituir um produto que ofereça uma experiência estética ao público.

Por Marcelo Sena:

Variação de uma forma de dança, em que os fatores de movimento corporal e sua relação cinestésica são traduzidas em sonoridades, fazendo com que a pessoa que escute vivencie uma experiência artística que se aproxima das questões dramatúrgicas da dança.

A audiodança, apesar de dialogar com a audiodescrição, não se caracteriza como tal, por não ter o fator da descrição de uma dança como fator principal. A descrição pode ser um estilo de uma audiodança, mas não precisa, inclusive, ser uma descrição de uma dança que aconteceu, podendo ser uma descrição ficcional de um corpo dançante, abrindo a possibilidade criativa de descrições e narrativas de danças presenciais impossíveis ou até mesmo de objetos e abstrações dançantes.

A audiodança dialoga com muitos fatores da videodança, porém pelo viés do áudio, trazendo a “dancidade”*  como uma forte característica que possibilita entender uma obra sonora como audiodança.

O primeiro grupo a definir este termo foi a Cia. Etc., companhia de dança de Pernambuco, que esboçou este pensamento pela primeira vez em 2011, e teve o primeiro experimento feito em outubro de 2012.

* Dancidade: por similaridade poderia ser definido como o modo de ser da dança, como o teatro tem o termo teatralidade para definir algo como teatral, mesmo sem ser algo relacionado diretamente ao teatro.

Por Renata Vieira:

Audiodança – Quando pensamos na mistura dos termos AUDIO+DANÇA não necessariamente teremos encontrado a resposta.

O ÁUDIO e a DANÇA já possuem uma coisa em comum: o movimento. Quando pensamos em áudio também nos lembramos dos movimentos das ondas sonoras, onde facilmente podemos encontrar a dança. Se misturarmos as duas coisas, o que é mais provável de aparecer?

Anotações de Renata Vieira

Anotações de Renata Vieira

A pesquisa “Audiodança: A Ventura do Corpo no Som que Dança” é incentivada pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura, edital 2012/2013.