Foto: Renata Vieira

Foto: Renata Vieira

[Por Caio Lima]

“Por exemplo: quando é que nós começamos a pensar em visitar a lua? No momento em que pelo menos nós passamos a entender que a gravidade é uma força e que essa força só pode ser vencida por aceleração. Pronto!”

Eu gosto desse movimento do lento e grave para o rápido e agudo ou o contrário. No caso, é ainda bastante linear.

Na última trilha que fizemos (Rua), pedimos às bailarinas do Coletivo Lugar Comum para inventarem gráficos sobre os afetos que determinados sons produziam no corpo delas. Lembro que para o som grave o afeto queria mover no centro do corpo e que para os sons agudos o afetos queria mover pelas extremidades.

Recentemente, numa das jam’s com música ao vivo do festival de contato e improvisação, um dos mestres sugeriu que investigássemos o silêncio como promovedor do movimento. Sempre que íamos ao silêncio aprofundávamos a conversa com aqueles que dançavam.

O que faz, na música, um corpo dançar?

Uma questão que interessa.

Uma produtora foi ao show da Rua na Torre Malakoff e quis me contar sobre a sua experiência. Disse que fizemos um show foda. Que dava para perceber que éramos bons músicos. O problema para ela é que somos sonolentos, que precisamos fazer uma música dançante. Pois, ao fazer música não dançante corremos o sério risco de virar uma banda de teatro.

hum…

Por que uma banda que é lembrada com o primeiro lugar de trilha sonora para espetaculo de dança num dos maiores festivais de dança da cidade pode ser considerada como uma banda sonolenta?

Por que queremos noutra dança? Que dança é essa que pode querer de nós?

Um abraço!