Elis Costa
“Não é fácil fazer-se confirmar no seu Ser pelos outros; aí a aperência oferece a sua ajuda. A ela ceder é a verdadeira covardia do homem; resistir, sua verdadeira coragem. Mas este não é um ser-assim inexorável, não é um ter-que-permanecer-assim. O homem pode lutar para se encontrar, isto é, para encontrar a confiança no Ser. Ele luta com maior ou menor sucesso, mas nunca em vão, mesmo quando pensa que está sendo derrotado. Às vezes ele precisa pagar caro pela vida a partir do Ser, mas o preço pago nunca é demasiadamente alto. Não existe, entretanto, o Ser mau, não viceja ele em todo lugar? Eu nunca conheci jovem algum que me parecesse irremediavelmente mau. Certamente, torna-se depois cada vez mais difícil perfurar a crosta cada vez mais endurecida que se formou sobre o Ser. É assim que se origina a falsa perspectiva de uma ‘natureza’ imutável. Ela é falsa; a fachada é enganosa; o homem, enquanto homem, pode ser redimido.”
Martin Buber, filósofo austríaco e meu amigo, convidando todo mundo pra estreia de Os Superficiais, o novo espetáculo da Cia. Etc.
Dia 28 de novembro.
De graça.
Na rua.