9954644364_bcf4671c30_bPor José W Júnior

Quando Clara Trigo concebeu a ideia de fazermos “conexões” de forma “criativa” talvez ela não tivesse imaginado a dimensão e a proporção que essa “árvore de desejos comuns” pudesse atingir. Que canais de diálogos poderiam ser construídos? E que conexões poderiam realmente ser feitas?

Nesta segunda edição, o projeto Conexões Criativas atingiu uma de suas metas principais que é promover encontros entre “diferentes”, criando uma rede de relações que possibilite o diálogo, a ampliação e a disseminação de informações concernentes à linguagem da videodança.

Várias questões se sobrepuseram a partir da discussão de cada tema. Interessante perceber que, à medida que os dias passavam, não conseguíamos esgotar ou estarmos satisfeitos com o conteúdo abordado. As questões pedagógicas e metodológicas levantadas por Alexandre Veras, com sua pesquisa “Corpo, Vídeo e Espaço” e sua voracidade na construção de questões, se contrapunham com a preocupação de Jaqueline Vasconcellos e suas Zonas Autônomas Temporárias, em entender o “lugar” da videodança. Como podemos defini-la? Que parâmetros nós temos ou podemos seguir para produzir argumentos que nos levem a criar e/ou produzir videodança?

Guilherme Schulze e seus “Vídeos Experimentais”, a Videodança de Bolso, nos deu uma lição no investimento em formação, assim como Laura Virgínia e seu investimento em “criação e produção de obras”. Sarah Ferreira com seu Canal de Pesquisa – Videodança Mais nos mostra um exemplo de investimento e importância na difusão de obras. Paulo Caldas nos mostra um panorama de como investir em difusão, e nos pergunta: “onde queremos que nossas produções deságuem, que canais são esses?”

Que bom que temos esse espaço de levantar questões a partir de inquietações pertinentes a cada um.

Uma das experiências mais importantes foi perceber a quantidade de interesses e assuntos comuns envolvendo uma linguagem que até pouco tempo não estava no “foco” da questão. Algumas palavras foram ditas e reditas diversas vezes: formação, criação, políticas públicas e difusão.

Foi transformador, conseguimos aguçar o desejo de criar, produzir, continuar investindo nessa linguagem que ainda está se construindo, se modelando, amadurecendo. Diante dessa rica experiência também fiquei com questões que irão me alimentar, me conduzir, me acompanhar. Constatei que pouco se fala em “corpo” quando problematizamos a videodança. Por quê? Como o corpo é problematizado e ressignificado no vídeo? Quais os processos? Que procedimentos seguimos para criar videodança?