Fala de

Ano passado, entre a gente da cia., começamos um exercício de fotografar o que olhamos e nos faz lembrar de um de nós. A imagem era em seguida postada com a hashtag #faladeelis (se a lembrança dissesse respeito a mim), e/ou #faladerenata (se contasse algo sobre Renata), e/ou #falademarcelo (se denunciasse Marcelo), e/ou #faladejunior (se anunciasse Júnior). Recuperamos isso ontem pra nova cena e foi uma beleza costurar 2014 em 2015, perceber-se caminhando ainda o mesmo caminho, ainda que com passos outros. Mas sentimos a necessidade de abrir para os outros de nós, nesse primeiro momento os mais aninhados no peito. Percebemos que já é tempo. E mudamos as hashtags acrescentando o sobrenome, pra não calhar de rastrear as falas de outras Renatas e Marcelos, por exemplo.

Acontece que à noite, assim que pedi a colaboração dos amigos para essa minha nova cria, criatura ainda sem cara, nessa fase em que a gente (artista) está mais frágil e vulnerável que uma nuvem ou uma vida recém chegada, eles me entregaram (olha só!) o coração da cena. Gente que me atravessa há mais de uma década de repente, a cada imagem escolhida, a cada palavra escrita para ser companheira de tais ilustrações de mim, me rememoram e justificam suas permanências na minha vida. Me resgatam, tal como a própria dança – que sempre foi, é, e suspeito que sempre será o meu processo de cura. E essa cena, que desde o ano passado já me soava como preferida, assim continua. Até agora, pelo menos.

Amigos lêem a profundidade de tudo que a gente esconde ou perde ou não vê, enquanto vive nessa superfície imposta por este tempo de agora.

Desgraçados <3 !!!

Ps: espero que eu aguente até setembro (nossa previsão de estreia) a violência dessa emoção.

Ps 2: Quem quiser ir acompanhando mais de perto, é só procurar por #faladeeliscosta, #faladerenatavieira, #falademarcelosena e #faladejosewjunior no instagram.