Blog . Terça-feira, 28 de setembro de 2010 . Marcelo Sena

No dia 1º de setembro, uma quarta-feira à noite, participei do encontro “Engolindo Sapos”, realizado pela produtora Nós Pós. O encontro foi no Espaço Pasárgada (Recife/PE) e fechava a trilogia do tema “Os contemporâneos e suas misturas – experiências e experimentos”. Fui representando a Cia. Etc., que tinha sido convidada.

Foi uma conversa de bar, um espaço pra colocar pra fora aquilo que der na cabeça naquele momento – estava mais pra “cuspir” o sapo, do que “engolir”. Eu, Renata Pimentel (Doutora em Teoria da Literatura) e Marco Polo (ex-Ave Sangria e atualmente editor da revista Continente Multicultural) falamos sobre nossos experimentos e fizemos algumas observações sobre nossas misturas.

Exibi a videodança SÚBITO, pra exemplificar um pouco do que eu estava tentando dizer sobre o trabalho de criação da companhia. Renata Pimentel levou uns exemplos pra lá de instigantes, mostrando poemas muito antigos, com a maior cara de arte contemporânea. Já Marco Polo foi bastante irreverente ao abordar seus processos com muito humor e ironia, o que faz bastante falta em muitos artistas.

Enquanto conversávamos sobre o alcance da arte, vi o quanto ainda é distante a dança na formação média de uma pessoa. Com a literatura, a gente ainda sai da escola conhecendo um pouco, sabendo mais ou menos os procedimentos da escrita artística e de seus estilos. Com dança, às vezes, nem o direito de entender que ela também é arte, se consegue. A sua prática e apreciação ainda está mais condicionada à saúde, aos cuidados com o corpo e treinamento físico. Entender que há outros pensamentos e conhecimento de mundo que partem do corpo dançante ainda tem pouco alcance! Talvez esteja melhorando. Talvez.

Acho que acabei cuspindo sapos aqui também…

http://www.flickr.com/photos/ciaetc/show/